as funções poéticas
B de Beleza,
D1 de Deleite,
D2 de Desassossego,
E de Empatia, etc,
com argumento pessoano,
são todas contínuas e infinitamente diferenciàveis, C∞(FP),
isto é, são suaves,
quando a plenitude e as relações de ortonormalidade
associadas aos diversos estados do poeta forem satisfeitas.
Demonstração
Seja P o poeta ou um dos seus estados,
que um dia afirmou:
O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
Sendo a afirmação claramnete verdadeira,
ainda que muitos não se tenham dado conta disto,
como nos diz P.
então conclui-se que P era múltiplo ou constituido por muitos estados.
De facto, sendo o Binómio de Newton completo
e a Vénus de Milo incompleta,
pois lhe faltam pelo menos os braços,
então a afirmação só pode ser verdadeira,
caso se refira a cada uma das partes da Vénus de Milo.
Porém, isto é absurdo, porque a Vénus de Milo é indivisível.
Logo o poeta estava a ver multiplicidade onde unidade havia.
Conclui-se então, que era P ele mesmo múltiplo,
ou pelo menos constituído por muitos estados.
Demonstremos que é a última afirmação a verdadeira.
Ora, é mais que bem sabido que jamais escreveu,
escreve ou escreverá no espaço da língua portuguesa como P.
Logo P era único e consequentemente constituído por muitos estados.
Assumindo por hipótese,
que os estados associados a P constituiam um conjunto finito e
enumerável com auto-valores crescentes do espectro do
operador Hamiltoniano de P;
tal que, ao estado de energia mais baixa,
dá-se o nome de Fernando Pessoa,
ao primeiro estado excitado, denomina-se Alberto Caieiro,
ao segundo estado excitado, Ricardo Reis,
Àlvaro de Campos ao terceiro estado excitado,
(o tal do Binómio de Newton e da Vénus de Milo),
Bernardo Soares ao quarto estado excitado,
António Moura ao estado excitado seguinte,
e assim sucessivamente até ao estado mais excitado, Barão de Teive.
Sendo os auto-valores correspondentes a estes estados, Reais,
isto é, observáveis,
através dos seus multiplos poemas, escritos e manuscritos,
então o referido conjunto de estados é completo,
e fica demosntrada a plenitude;
o processo de ortonormalização garante
as relações de ortonormalidade;
finalmente, em função do demonstrado,
são satisfeitas as condições que asseguram serem as
funções poéticas, B, D1, D2, E, etc, suaves.
Quod Erat Demonstrandum
Corolários do Teorema Fernando Pessoa
1) O silogismo:
Os homens são mortais (e só os homens, pois as mulheres são todas imortais)
P era um homem,
logo P era mortal;
não é, como bem sabemos, válido.
A razão deve-se ao frequente subterfúgio do poeta
de, continuamente se negar, e muitas vezes até tirar férias de si mesmo.
Assim, stricto senso P sequer era (ou estava ?).
2) Estudos de Mecânica Quântica e Geometria Diferencial nunca
devem ser misturados com leituras do Livro do Desassossego.
Orfeu B.
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