Friday, November 16, 2007

curioso...

descobri que tenho vários modos de operação. uns três, pelo menos. em geral operam simultaneamente, embora com intensidades diferentes. um deles é o físico (i call it The Doctor). quando está em alta, traz optimismo, engenho e uma postura decontraida. talvez tenha a ver com aquela investigação que sugere que a nossa personalidade muda quando falamos em diferentes línguas [1], quem sabe porque não podemos aprender uma lingua nova sem receber um pouco da cultura que a criou...

seja como for, a física
traz consigo toda uma cultura transversal às nacionalidades. basta ir ao um congresso internacional de físicos para verificar isso ;) além de, claro está, termos uma linguagem muito própria... não, não falo de termos técnicos e afins... falo da linguagem da Natureza, aquela que nós não inventamos, apenas aprendemos a representar com a nossa notação: a matemática. a matemática não é criada. existe. é temida por muitos, mas a sua beleza é incomensurável quando consegues vê-la, e não apenas olhar para ela... então quando está ligada ao mundo físico... não consigo exprimir por palavras o dia em que tive um vislumbre da beleza do universo, tal como expresso pela Relatividade Geral... é a física que embeleza a matemática, neste caso a geometria diferencial, tornando-a simples... sim, simples é a palavra... mas a beleza e simplicidade físicas parecem exigir complexidade matemática...

beleza... existe outro modo de operação, daqueles, dos meus... o músico. merece um post só seu, mas se falo dele agora é porque quando o físico está em alta, puxa o músico para cima, e vice versa. por alguma razão a maior parte dos físicos têm um escape artístico (quem não se lembra do Einstein e o seu violino?). E alguém sugeriu
[404... hei de reencontrar esse link...] que isso se verifica porque essas duas actividades partilham áreas funcionais no cérebro humano. Claro que eu não preciso que um neurologista me diga isso. sou físico. sei que fazer física é uma forma de arte. e sou músico. procuro encontrar sentido nos ritmos do mundo físico de que faço parte.

e no meio disto tudo, quando o físico está aqui, e consigo realmente ser físico e fazer física, sinto que tenho um propósito... e isso é essencial para qualquer ser humano. é uma das peças... curioso... acabei de me aperceber que os meus modos de operação correspondem às peças da felicidade...

:)

2 comments:

Anonymous said...

Soberbo. Como sempre.

quantum said...

o post é mais um devaneio...

é a primeira vez que deixas a tua marca!

bem vinda :)